história de merda
Barcelona, 15h05, a caminho do aeroporto...
Pequeno mal-estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma mijadela e uma cagada não aliviasse. Mas, atrasado para pegar o autocarro que me levaria para o aeroporto, do outro lado da cidade, de onde partiria o vôo para Lisboa, resolvi segurar as pontas, afinal de contas, são só uns 15 minutos de viagem. Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar aquela mijinha esperta, tranquilo. O avião só ia sair às 16h30.
Ao entrar no autocarro, sem sanitários, senti a primeira contração e tomei consciência de que a minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse na casa de banho do aeroporto.
Olhei para o meu amigo e sussurrei: "Foda-se, mal posso esperar para chegar à merda do aeroporto, preciso mandar uma cagadela." Nesse momento, senti um urubu a beliscar as minhas cuecas, mas usei a minha força de vontade e o esfincter, e segurei a onda.
O autocarro nem tinha começado a andar quando para meu desespero, uma voz em espanhol disse pelo auto-falante: "senhoras e senhores, a nossa viagem até o aeroporto levará à volta de 1 hora". Aí o urubu ficou maluco e queria sair a qualquer custo! Fiz um esforço hercúleo para segurar o comboio de merda que estava para chegar na estação 'olho do cu' a qualquer momento.
Estava a suar em bica. O meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para gozar um bocadinho. O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais indicando que pelo menos por enquanto as coisas estariam mais calmas.
Tentava distrair-me vendo a paisagem mas só conseguia pensar numa casa de banho, não era daquelas com um buraco no chão, mas com uma sanita, tão branca e tão limpa que se podia almoçar em cima dela. E o papel higienico então: era branco, macio e com textura e perfume e - ups! Senti um volume almofadado entre o meu traseiro e o assento do autocarro, percebi consternado que me tinha cagado. Um cagalhão sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que dá vontade de ligar pros amigos e familiares a convidá-los para apreciar, na sanita, tão perfeita obra: daria para expor num museu ! Mas sem dúvida, não neste caso.
Olhei para o meu amigo, à procura um pouco de solidariedade, e confessei sério: "Pah, caguei-me." Quando o meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou-me a ficar no centro da cidade, escala que o autocarro ia fazer no meio da viagem, e que me limpasse em algum lugar. Mas resolvi que ia seguir viagem, pois agora estava tudo sob controle. "Que se foda, limpo-me no aeroporto", pensei - "pior que isto não fico."
Mal o autocarro entrou em movimento, a cólica recomeçou forte. Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira... mas não pude evitar, e sem muita cerimónia, veio a segunda leva de merda. Desta vez como uma pasta morna. Foi merda para tudo o que é lado, borrei as nalgas, as cuecas, a fralda da camisa, as pernas, as calças, as meias e os pés. E outra cólica que anunciava mais merda, agora líquida, das que queimam as bordas do cu do freguês ao sair rumo à liberdade. E depois um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar, afinal de contas o que era um peidinho para quem já estava todo cagado.
Já o peido seguinte foi do tipo que pesa e borrei-me pela quarta vez. Lembrei-me de um gajo que uma vez estava com tanta caganeira que resolveu por moedas nas cuecas, mas pos com a fita cola virada para cima e quando foi tirá-las, levou metade dos pelos do cu agarrados. Mas era tarde demais para tal artifício tamponante. Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba hidráulica me podia ajudar naquela altura.
Finalmente chegámos ao aeroporto, saí apressado em passos curtinhos, supliquei ao meu amigo que tirasse a minha mala do autocarro e a levasse à casa de banho do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupa.
Corri para a casa de banho e verifiquei que não havia papel higienico em nenhuma sanita. Olhei para cima e blasfemei: "Foda-se, já chega, não?!" Entrei no último, sem papel, e tirei a roupa toda para analisar a minha situação (que concluí como sendo o fundo do poço) e esperar pela mala da salvação, com roupas limpinhas e cheirosinhas, e com ela uma lufada de dignidade no meu dia.
O meu amigo entrou a correr na casa de banho, já tinha feito o "check-in" e ia a correr tentar segurar o vôo. Atirou o bilhete e uma maleta de mão por cima da porta e saiu antes de qualquer protesto da minha parte. Ele tinha despachado a mala com a roupa. Na mala de mão só tinha um pulover de lã com gola em "V". A temperatura em Barcelona era de aproximadamente 35 graus.
Desesperado, comecei a analisar que roupas podia aproveitar. As minhas cuecas, atirei pró lixo. A camisa era história. As calças estavam deploráveis bem como as meias que, mudaram de cor tingidas pela merda. Os sapatos estavam nota 3, numa escala de 0 a 10. Tive que improvisar. A necessidade é a mãe da invenção, então transformei uma simples casa de banho numa magnífica máquina de lavar.
Virei as calças do avesso e meti a parte atingida na sanita. Comecei a puxar o autoclismo até que o grosso da merda se desprendeu. Estava pronto para embarcar. Saí da casa de banho e atravessei o aeroporto em direção ao portão de embarque. Ia com sapatos sem meias, as calças do avesso e molhadas da cintura até ao joelho (não exactamente limpas) e o pulover sem camisa. Mas andava com a dignidade de um lorde. O meu tipico estilo nórdico que associado ao nauseabundo estado em que me encontrava deixava as mulheres e crianças loucas de desejo... de me verem longe delas.
Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam à espera do "RAPAZ QUE ESTAVA NA CASA DE BANHO" e atravessei todo o avião até o meu lugar, ao lado do meu amigo que estava com um sorriso idiota. A hospedeira aproximou-se e perguntou-me se eu precisava de alguma coisa. Eu cheguei a pensar em pedir uma gilete para cortar os pulsos ou 130 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro duma fossa cheia de merda até às bordas, mas decidi não pedir e respondi : " NADA, OBRIGADO, EU SÓ QUERIA ESQUECER ESTE DIA DE MERDA ! "
P.s Esta historia foi-me enviada por uma amigo e não resisti em posta-la
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